Collor deve ser transferido para Brasília, onde cumprirá pena em regime fechado.
Os advogados do ex-presidente confirmaram a prisão de Collor e disseram que ele foi detido às 4 horas da manhã desta sexta quando estava se deslocando para Brasília para cumprimento espontâneo da decisão.
Em 2023, o Supremo condenou o ex-presidente a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e por lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Lava-jato. Segundo o Ministério Público, ele recebeu R$ 20 milhões em propinas por negócios da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras na venda de combustíveis. Os pagamentos foram feitos entre 2010 e 2014.
O mandado de prisão de Collor ainda vai passar nesta sexta pelo plenário virtual do STF. Os demais ministros poderão votar entre 11h e 23h59 para dar aval ou revogar a decisão de Moraes. Em novembro do ano passado, por 6 votos a 4, o STF rejeitou recursos apresentados pelo ex-presidente e manteve a condenação.
Nesse segundo recurso, os advogados tentavam derrubar a condenação por corrupção, o que poderia livrar Collor de cumprir a pena inicialmente na prisão. Mas o ministro Alexandre de Moraes considerou que o recurso era apenas protelatório e determinou a prisão imediata e o início do cumprimento da pena em regime fechado.
Além de Collor, os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos foram condenados pelo recebimento do dinheiro.
A propina seria para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.
Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu três carros de luxo em uma casa de Collor em Brasília: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini. Todos, em nome de empresas de fachada.
Segundo as investigações, a compra de carros luxuosos, imóveis e obras de arte era uma estratégia para lavar o dinheiro da corrupção.
Fernando Collor foi o presidente mais jovem da história do país, aos 40 anos. Ele também foi o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar.
Collor também foi o primeiro presidente a ser afastado por um processo de impeachment, mas acabou renunciando. Ele foi senador de 2007 a 2023, inclusive no período das investigações.